setembro 2022

O Templo

O espaço por si só, já oferecia uma bela paisagem. Em outras épocas, alguns indivíduos relataram situações fabulosas ocorridas ali mesmo no pátio central. Outrora, uma espécie de vale criativo de pedras e espelhos. Houve um tempo, quando o sol era escaldante e o ar irrespirável, que o Templo abrigou centenas de famílias que buscavam […]

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Com distância e falta de afeto a francesa Kesiah na quarta-feira, convidada a ir ao Bar do Nanam, referiu ao lugar como “um esgoto a céu aberto”. Quinta-feira, 4h/5h da manhã: o esgoto começava a transbordar e inundar boa parte da Rua Imperatriz Leopoldina. Não teve jeito, foi preciso aceitar toda a imundície e se

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Um objeto único

Esboço de um roteiro a ser realizado: quero enterrá-lo próximo de uma árvore, que me servirá de referência e, cuja localização, – anotada em papel apropriado – manterei comigo durante muitos anos. Guardarei esse papel no bolso de um casaco que já não me serve mais, mas ainda que sem uso manterei sob meu domínio.

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Um homem x

Um homem x. que recorre com eloquente frequência ao recurso de apagar as conversas. Na metade das vezes ele retoma com as mesmas mensagens e no instante imediatamente seguinte deseja apagá-las. Van Gogh levou sua orelha cortada para uma prostituta. Este homem x. é engenhoso e inventa uma máquina do tempo. Ele retorna ao ano de 1888

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Família

Gregor Samsa

Eu já não me recordo muito bem, nem pretendo ir ao texto buscar essa suspeita que guardo na memória. Não me ocorre que a família de Gregor Samsa tenha em algum momento parado pra questionar o absurdo que era a metamorfose de um homem em uma barata. Até aí tudo bem. A tragédia é econômica:

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Sobre os sonhos

Um homem dorme e tem um pesadelo. Suas tias comunicam-lhe a morte do seu pai. Diante da notícia chora e insiste não acreditar. Acorda, abalado.Dois apontamentos sobre esse breve momento, que diz muito sobre a paisagem dos sonhos e como eles operam: junto das suas tias um conhecido de redes sociais que ele não tem

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A literatura nazista na América

Roberto Bolaño foi um escritor chileno que morreu em 2003, aos 50 anos. Entre outros títulos, é autor de A literatura nazista na América, lançado em 1996 em língua espanhola e publicado no ano passado aqui no Brasil em português. Por indicação de amigos, reforçada pela primeira posição numa lista dos melhores de 2019 de

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