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Com distância e falta de afeto a francesa Kesiah na quarta-feira, convidada a ir ao Bar do Nanam, referiu ao lugar como “um esgoto a céu aberto”. Quinta-feira, 4h/5h da manhã: o esgoto começava a transbordar e inundar boa parte da Rua Imperatriz Leopoldina. Não teve jeito, foi preciso aceitar toda a imundície e se alegrar ali mesmo sobre a água cinza e podre: os mais lokos e divertidos pulavam com entusiasmo REVERBERANDO para desespero do que insistiam em se afastar e se proteger: um jovem gay desceu até ao chão: uma universitária alcoolizada abandonou o seu ficante: um estudante, sem sucesso, tentava filmar o seu professor: no grupo do WhatsApp cogitou-se a tese de um Nanam Profundo: seguranças com porretes espancavam próximo dali em nome da Ordem: nova notificação: “e aí guerreiro, houve combate?” Parafraseando reminiscências da semana de um bando de Ewald: “Big Jato já morreu! Um lugar que fede verdade e cheira o que ainda não sabemos o nome.” Já raiou o dia para cutias, pavões, gatos e marrecos: no Campo de Santana a vida segue o seu curso.

[1 de junho de 2018]

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